Há dias que
só queremos ver a chuva cair
Só queremos
ver a neve derreter
Queremos
ver o império ruir
Há dias que
apenas queremos deixar a dor ir...
Há dias que
queremos ser mais fortes do que parecemos ser
Há dias
que queremos realizar apenas nossas fantasias de criança: ser um super herói da
TV; a mocinha das telas do cinema
Ou quem
sabe desafogar da amargura da vida com o beijo de um príncipe
Tudo
fantasia, mas caberia bem agora, onde a hora passa, mas não me leva
Há dias
que queremos apenas ir a qualquer lugar que faça sol
Queremos
ir além
Onde o pôr
do sol seja contemplado além daqui dentro nós
Há dias
que os carros parecem brinquedos sem direção
E as
estradas parecem levar a lugar nenhum
Há dias
que o frio parece arder
E a noite
tem cara de amanhecer
Há dias
que o corpo parece padecer
E a lágrima...
Cristaliza
Há dias
que o sorriso é apenas disfarce
Há dias
que a tristeza parece mesmo uma vaidade de quem sabe onde sempre quis está
Toda criança
sabe o que a faz feliz
E todo
adulto sabe o que lhe faz mentir...
Hoje só
queria voltar a me alegrar com bolo de areia
Só queria
acreditar que existem mesmo sereias, querubins, e que os bem-te-vis cantam a
nosso favor
Mas as
palavras tropeçam, as mudanças me atravessam
A
felicidade pulsar em sonhos
E a
realidade, ah a realidade é nada mais que o meu refúgio
É o meu
suco
Queria
ter paciência para origamis
Para
colar pedaços daquela fita
Mas fazer
o que o frio não deixa
Ele não
deixa...
Deixa-me!
Hoje eu
só quero ver o fogo queimar
Espero
que hoje parem os relógios, o seu egoísmo,
E que o
amor fale mais alto, bem mais alto que o silêncio
Ah e espero que ninguém, absolutamente ninguém,
se atreva a me dizer aonde ir
Pois eu sempre soube onde quis está...
Srta.
Saraiva