Era fajuta!

Era fajuta!

Que era da tecnologia é essa que opera com sistema 4G e as pessoas ainda matam as outras pela cor da pele?

Que era é essa do ipod, que não se pode ter liberdade de expressão, e que não suporta a autenticidade das pessoas?

Que era é essa do ipad, que me impedi de ajudar ao próximo?

Que era é essa do ipod nano, do engano da sabedoria?

Que era é essa da biotecnologia que destrói a biodiversidade das florestas, que chamamos de nossas?

Que era é essa que nega o período da pedra lascada, mas que lasca a enxada nas árvores e na raiz dos pensamentos de esquerda?

Que era é essa que é tão evoluída e precisa do fogo, da roda e da madeira?

Que era é essa da fusão nuclear, mas que não fundi a humanidade?

Que era é essa da energia nuclear que não se sustenta sem o sol?

Que era maldita é essa que purifica a água e joga lixo nos rios?

Que era é essa das armas nucleares que não “mata” a fome do meu povo, e nem um virusinho da AIDS?

Que era é essa dos circuitos integrados que não integra as pessoas?

Que era é essa do cinema 3D onde se enxerga o “outro” de maneira unilateral?

Que era da globalização é essa que globaliza a solidão entre vizinhos?

Que era é essa que nega a caça as bruxas, mas enfeitiça com a fábula da oportunidade para todos?

Que era é essa que o mais importante é o seu poder de compra e não o seu caráter?

Que era fantástica é essa que para ser feliz preciso ter um carro do ano para passar em um sinal onde a miséria sorrir pra mim?

Que era moderna é essa que assiste nossas crianças aprenderem desde cedo a discriminar?

Que era é essa que em ver vitrines, ler notícias, ter mais acesso a informação me faz querer não ser mais quem eu sou?

Que pós-modernidade é essa que não larga das referências da Idade Média? É de rir de chorar!

Antes fosse brincadeira a ilusão dessa era, mesmo se assim fosse, seria brincadeira de bom gosto dos líderes dessa aglomeração de pés e mãos alienados, e de cabeças no lugar, mas com mentes decapitadas!

Autora: Mônica Saraiva