Faz-me uma coroa de capim-limão...

Minhas mãos são pequenas demais para abarcar tanto sofrer...

                                  Meu coração está batendo a passos lentos...

Silêncio... Frio... Dor... Renascer...

                                                         Faz-me amadurecer...

Cala as minhas feridas...

Desperta-me desse pesadelo...

Acorda-me com sussurros de querubim...

                                     Faz-me uma coroa de capim-limão...

Me salva dessa solidão...

                            Faz desse espinho brotar um botão de lírios...

Junta meus pedaços...

Acompanha o andar dos meus passos...

Traz lembranças dos meus sonhos...

Traz noticias do meu bem-te-vi...

Deixa-me respirar...

Não deixe que a vida me confunda com tantos anacronismos...

Estou me sentindo em uma prisão sem portas, janelas e muito menos fechaduras...

Faz flutuar a minha esperança...

Ressuscite meu sonhar...

Faz calar meu desespero...

Faz gritar meu silêncio...

Faz deitar meus pensamentos...

Faz falar minhas palavras presas na garganta...

Faz caminhar meus pés cansados...

Faz sorrir meu riso...

Deixa meus sentimentos serem tocados pela vida...

Chega desse duelo entre o sonho e a realidade...

Adoça o coração dos meus monstros com pimenta rosa...

Quero adoçar minha vida com açúcar mascavo e alecrim...

Não me deixe afogar em lamentos...

Sinto meu espírito provar de outros sentimentos...

Agora só o tempo é dono do meu sofrimento...

Só o tempo vai curar minhas feridas em chá de canela e anis-estrelado...

Só o Tempo....

O Tempo....

O Tempo...